Paulo Ruzene

O Vazio da Lousa

A Insanidade da Educação Brasileira


O Vazio da Lousa

O Vazio da Lousa: A Insanidade da  Educação Brasileira

"Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes."

Essa frase, atribuída a Albert Einstein (ou a um autor desconhecido), ecoa com uma dolorosa precisão na realidade da educação brasileira. Ano após ano, o Brasil figura entre os países com os piores indicadores de estrutura educacional no mundo.

Nossos resultados no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes(PISA) são um reflexo disso. O PISA, vale lembrar, não mede apenas o conhecimento, mas a capacidade de usá-lo para resolver problemas e tomar decisões. Essa realidade preocupante, construída ao longo de 30 anos, vê seus indicadores piorarem a cada ciclo. Meu objetivo aqui não é apenas despejar estatísticas, mas provocar uma reflexão clara e sincera sobre a problemática da educação no Brasil, desafiando boa parte dos pensamentos atuais sobre o tema.

A Formação Docente: Um Dilema em Duas Vias

No Brasil, a formação de professores se divide basicamente em dois tipos: a dos profissionais que atuam nos anos iniciais e a daqueles que lecionam nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

Os docentes dos anos iniciais são responsáveis por alunos desde a Educação infantil até o ensino fundamental, ciclo 1. Sua formação acadêmica é majoritariamente focada em disciplinas pedagógicas, o que faz total sentido para as fases iniciais do desenvolvimento infantil. No entanto, uma ressalva é crucial: a partir do 4º e 5º ano, matérias como Matemática, Português, Ciências, História e Geografia tornam-se mais técnicas. Muitos educadores, deparam com alunos(as) com acentuados níveis de desnivelamentos de aprendizagem. Diante deste cenário, os professores(as) enfrentam dificuldades para fundamentar os conteúdos específicos. Nesses momentos, muitos educadores sentem a carência de um aprofundamento nos conteúdos específicos dessas disciplinas em sua formação.

É aqui que reside um dos grandes nós da questão: o governo, ao discutir a educação, foca quase que exclusivamente no aspecto pedagógico, ignorando anecessidade de uma formação mais robusta e "tecnicista" para esses profissionais em relação aos conteúdos que precisam ensinar. Essa lacuna fragiliza a atuação dos docentes, minando sua capacidade de transmitir com segurança o conhecimento das disciplinas essenciais.

Uma cena se repete a cada reunião de atribuição de aulas no Brasil, revelando uma fragilidade preocupante na base da nossa educação: "Tomara que não me atribuam 4º e 5º ano, pois sou ruim de matemática", desabafam abertamente os docentes.

Essa confissão, longe de ser isolada, expõe a deficiência na formação desses profissionais, que, apesar de preparados pedagogicamente para os anos iniciais, sentem-se despreparados para lecionar conteúdos mais técnicos como a matemática, o português, a ciências, a história e a geografia nas séries finais do ciclo.

Pare&Pense.

 

PauloRuzene

Pós-graduado em Filosofia e Ensino da Filosofia

Teólogo, Geógrafo e  Pedagogo




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