Jornal americano diz que Eduardo Bolsonaro trabalha com governo Trump para impor sanções a Moraes

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Jornal americano diz que Eduardo Bolsonaro trabalha com governo Trump para impor sanções a Moraes


Montagem de fotos de Alexandre de Moraes e Eduardo Bolsonaro.
Arte/g1
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está trabalhando com membros do governo de Donald Trump para impor sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As informações foram publicadas pelo jornal The Washington Post nesta quinta-feira (17).
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Segundo o jornal, o governo Trump está cogitando aplicar uma medida para punir Moraes. Quatro fontes com conhecimento do assunto confirmaram a informação.
Duas autoridades ligadas ao governo dos Estados Unidos disseram ao Post que viram uma minuta da proposta de sanções circulando nas últimas semanas. Elas afirmaram que o plano deve se basear na Lei Magnitsky, que permite aos EUA punirem cidadãos estrangeiros acusados de corrupção ou de violações graves de direitos humanos.
As sanções previstas pela lei são administradas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês), um órgão ligado ao Departamento do Tesouro dos EUA.
De acordo com o jornal, integrantes do OFAC se recusaram a levar a medida adiante, e o documento com sanções a Moraes enfrentou resistência dentro do próprio departamento.
Sob condição de anonimato, um funcionário afirmou que a medida prejudicaria a credibilidade dos EUA na promoção da democracia, já que o país estaria sancionando um juiz de uma Suprema Corte estrangeira apenas por discordar das decisões que ele toma.
Questionada sobre o assunto, a Casa Branca respondeu com uma fala do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, de maio deste ano. Na época, ele afirmou, durante uma audiência no Congresso, que o governo estava analisando a possibilidade de impor sanções a Moraes.
O porta-voz do Departamento do Tesouro disse ao Post que não tinha conhecimento de nenhuma sanção proposta contra o ministro do STF.
Na reportagem, o jornal também citou um vídeo publicado por Eduardo Bolsonaro na quarta-feira (16). O deputado licenciado apareceu em frente à Casa Branca e ao lado de Paulo Figueiredo — acusado de participar da trama golpista.
No vídeo, Eduardo e Figueiredo afirmam ter participado de uma rodada de reuniões com autoridades dos EUA e que discutiram sanções contra "aliados e apoiadores" de Moraes.
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Eduardo articula nos EUA
Eduardo Bolsonaro defende taxação de produtos brasileiros pelos Estados Unidos
No dia 14 de maio, Eduardo Bolsonaro publicou uma foto ao lado do congressista americano Cory Mills. Poucos dias depois, Mills participou de uma sessão na Câmara dos EUA com a presença do secretário de Estado americano, Marco Rubio, e afirmou que o Brasil vive um “alarmante retrocesso nos direitos humanos”.
Na sequência, o parlamentar perguntou a Rubio se os Estados Unidos estavam considerando impor sanções contra o ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky. O secretário respondeu que a questão estava em análise e disse haver uma “grande chance de acontecer”.
A Lei Magnitsky está em vigor nos Estados Unidos desde 2012 e permite que o governo norte-americano sancione cidadãos estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou de corrupção em larga escala.
A legislação foi criada em homenagem ao advogado anticorrupção russo Sergei Magnitsky, que morreu na prisão após denunciar desvios de dinheiro por parte de integrantes do governo da Rússia.
Caso Moraes seja sancionado com base nessa lei, ele pode ter bens bloqueados em território americano e ser proibido de entrar nos EUA.
Inquérito e tarifaço
Trump em 16 de julho de 2025
Nathan Howard/Reuters
Ainda em maio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF a abertura de um inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro por suposta atuação nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
A Justiça agora apura se o deputado licenciado tem tentado influenciar o governo de Donald Trump com o objetivo de prejudicar os processos que investigam o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Ao blog do Gerson Camarotti, ministros do STF afirmaram que Eduardo produziu provas contra si ao publicar uma mensagem em rede social assumindo a articulação que levou Trump a impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Em carta enviada ao presidente Lula em 9 de julho, Trump citou motivações políticas e justificou a tarifa dizendo que os EUA enfrenta um déficit comercial com o Brasil. No entanto, os dados oficiais mostram o contrário: os Estados Unidos registram superávit comercial com o Brasil desde 2009.
Enquanto isso, Eduardo também articula formas de não perder o mandato na Câmara e continuar nos Estados Unidos costurando apoios para Jair Bolsonaro.
A licença solicitada por ele se encerra no próximo domingo (20). Caso não retorne ao Brasil, ele pode perder o cargo se atingir o limite de faltas — atualmente, ele já acumula quatro, e o regimento prevê perda do mandato em caso de ausência em um terço das sessões.
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