Federação Paulista apura relatos de machismo no estadual feminino



As jogadoras se manifestaram após a partida, realizada na última quinta-feira (15), no Estádio Municipal Prefeito Gabriel Marques da Silva, em Santana do Parnaíba (SP). O São Paulo venceu por 3 a 0. Stella e Aline concederam entrevista juntas à TNT Sports, emissora detentora dos direitos de transmissão do Paulista Feminino.
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"Ele [árbitro] virou para mim e disse: ‘na hora certa, vou te pegar’. Não é questão de que estávamos perdendo. Todo mundo ouviu falas preconceituosas, machistas, com o Red Bull Bragantino e com as jogadoras do São Paulo. Fiz o sinal. A Federação adotou o protocolo de, em qualquer momento, de algum preconceito, fazer o sinal. Nada aconteceu. Uma situação muito triste", relatou Stella.
"Quando os homens vêm apitar, acham que podem falar como bem entendem. Tem que ter respeito. Sofri a mesma coisa ali, falou que iria dar falta quando quiser. Não é assim, tem que ter respeito. Quando a Stella faz o gesto, falei para [o árbitro] parar", completou Aline.
Apuração
Em nota, a FPF disse que realiza "uma apuração detalhada dos fatos" e que o "futebol paulista é e deve ser um espaço seguro, inclusivo e respeitoso para todas as pessoas envolvidas". Os clubes apoiaram as jogadoras.
"É com a valentia e a força de mulheres que trabalham diariamente para ganhar espaço, que reforçamos que não aceitamos conviver com machismo e ofensas no futebol feminino", publicou o São Paulo.
A súmula da partida não faz menção a ocorrências consideradas "anormais" durante os 90 minutos, seja no espaço destinado a "observações eventuais" do árbitro ou ao relato dos assistentes. Dos seis cartões amarelos aplicados (um deles à Aline Milene, por falta mais pesada), apenas dois tiveram motivação disciplinar: uma troca de empurrões entre a lateral Carol Tavares, do Braga, e a atacante Isa, do São Paulo, no fim do confronto.
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