Edmilson Fonseca

A Guerra do Rio de Janeiro contra o crime organizado: Tragédia da Inversão de Valores, o Brasil e a Escolha por Barrabás

A Guerra do Rio de Janeiro contra o crime organizado: Tragédia da Inversão de Valores, o Brasil e a Escolha por Barrabás

CNN Brasil
A Guerra do Rio de Janeiro contra o crime organizado: Tragédia da Inversão de Valores, o Brasil e a Escolha por Barrabás Victor Santos, Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro e Imagens locais

A Guerra do Rio de Janeiro contra o crime organizado: Tragédia da Inversão de Valores, o Brasil e a Escolha por Barrabás. 

Recentemente, o Rio de Janeiro foi palco de confrontos brutais entre as forças de segurança do Estado e o crime organizado. Como cristão católico, meu princípio é claro e inegociável: toda vida tem valor, sem exceção.

A dignidade humana é inerente a qualquer pessoa, seja ela quem for. Contudo, essa premissa fundamental não pode nos cegar para a perigosa e doentia inversão de valores que domina o debate público.

O que assistimos é um espetáculo de incoerência moral. Inúmeras manifestações, notas de repúdio e discursos inflamados se levantam clamando pelas vidas dos criminosos mortos nos confrontos.

O luto é imediato e a condenação à ação policial, automática. Mas, onde estão os mesmos clamores pelas vidas dos policiais? Onde estão as notas de repúdio pelo assassinato dos agentes de segurança que, no cumprimento do dever de proteger a sociedade, também morreram?

A vida desses homens, pais de família, trabalhadores, têm valor idêntico e, na balança moral, merecem o mesmo respeito e a mesma comoção.

Essa realidade revela a tragédia de nossa época, a tendência a romantizar o crime e a defender o bandido em detrimento do inocente e do agente da lei. Isso é extremamente grave. Não podemos permitir que o temor e a insegurança sejam normalizados pela ideologia que vitimiza o agressor e ignora a vítima.

Essa atitude me remete a um dos momentos mais sombrios da história bíblica, o julgamento de Jesus Cristo.

Naquele fatídico dia, Pôncio Pilatos deu ao povo a chance de libertar um prisioneiro, o inocente Nosso Senhor Jesus Cristo ou o criminoso Barrabás. A multidão, influenciada e manipulada, gritou pela liberdade do bandido. A escolha daquela época foi pela morte do Justo em favor do criminoso.

Passados mais de dois mil anos, a humanidade parece continuar cometendo o mesmo erro trágico. Ao direcionar todo o nosso foco e indignação para a defesa dos criminosos mortos em confronto, enquanto silenciamos sobre a dor e o sacrifício dos policiais e de suas famílias, estamos, simbolicamente, escolhendo Barrabás novamente.

É vital que a sociedade crie o verdadeiro senso de justiça e coerência. Defender os Direitos Humanos significa, acima de tudo, defender a vida dos inocentes e o direito do cidadão de bem viver em segurança.

O Rio de Janeiro e o Brasil precisam de justiça, não de uma moralidade seletiva que nos condena a conviver sob o domínio das facções criminosas, romantizar o crime e a desvalorizar quem arrisca a própria vida para nos proteger.

Deixo aqui meus sentimentos a todos os familiares dos policiais mortos na nobre missão de combater o crime organizado, os verdadeiros heróis.

Edmilson Fonseca Filho
Pensador Livre
Advogado, especialista em Direito Previdenciário
Nota nossa: as matérias e opiniões veiculadas nas Colunas são de exclusiva responsabilidade dos Colunistas.


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